PROSTATECTOMIA RADICAL RETROPÚBICA E A CURVA DE APRENDIZADO DO RESIDENTE DO HOSPITAL FEDERAL DO ANDARAÍ-RJ

18/04/2012 16:45

HELISANDRO MONTENEGRO BRANDÃO, CARLOS EDUARDO DE SOUZA SCANNAVINO, RACHEL BARBEDO PEDROSA, JORGE LUIZ GOMES DOMINGOS, EMANUEL LEAL CHAVES*, JOSÉ ALEXANDRE ARAÚJO, FABIANO JOSÉ DO NASCIMENTO, ARTHUR VIANA MANHÃES, DANIEL PEDRO DOS SANTOS, IN XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE UROLOGIA, FLORIANÓPOLIS 2011.

*Chefe do Serviço

Introdução: O período de residência médica é caracterizado pelo desenvolvimento de novos conhecimentos, técnicas e habilidades. Essa curva de aprendizagem se dá à custa de uma maior lentidão e dificuldade, maior risco de complicações e menor eficácia do resultado esperado. Nosso objetivo é o de avaliar a evolução dos nossos residentes na realização da Prostatectomia Radical Retropúbica.
 

Material e Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 64 pacientes submetidos a Prostatectomia Radical no Hospital Federal do Andaraí, no período de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2011. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com o período em que foi realizado a cirurgia (Grupo I de fevereiro a julho e Grupo II de agosto a janeiro). Foram avaliados o tempo cirúrgico, hemotransfusão transoperatória, comprometimento das margens cirúrgicas (obtidos após resultado histológico), esclerose de colo vesical (necessidade de dilatação ou resseção transuretral de colo) e incontinência urinária (uso de pelo menos dois “pads” por dia seis meses após a cirurgia).
 

Resultados: Cada residente operou em média 32 pacientes neste período de um ano. O PSA médio foi de 13,2ng/ml. Os seguintes estágios patológicos foram encontrados: pT2 78% e pT3 22%. O tempo cirúrgico médio foi de 192 minutos no Grupo I (GI) e de 171 minutos no Grupo II (GII). Foi realizada transfusão de concentrados de hemácias intra-operatórias em quatro pacientes no GI (11%) e em nenhum paciente no GII. Margens cirúrgicas encontraram-se comprometidas em 51% no GI e 25% no GII. Três pacientes (8,5%) evoluíram com esclerose de colo vesical no GI, enquanto somente um paciente (3%) no GII. Dez pacientes (28,5%) apresentaram incontinência urinária no pós-operatório no GI e quatro (12,5%) no GII.
 

Discussão: O número de pacientes operados por cada residente, juntamente com o ensinamento e monitorização de um urologista mais experiente mostraram-se tratar de fatores satisfatórios para uma melhora significativa nos resultados. Tais como, redução de cerca de vinte minutos no tempo operatório, ausência de hemotransfusão, diminuição em 50% do comprometimento das margens cirúrgicas, melhora de 60% no índice de incontinência urinária e de 66,6% nos índices de esclerose de colo vesical nos pacientes operados no segundo semestre. Dados estes, mais aproximados aos encontrados nas principais séries científicas.
 

Conclusões: A curva de aprendizagem é um período necessário para a formação do médico urologista, e esta apresentou índices que podem ser considerados próximos do ideal, com melhora significativa de todas as variáveis aferidas.


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