ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA ENTRE BIÓPSIA PRÉ-OPERATÓRIA E RESULTADOS HISTOPATOLÓGICOS NO PÓSOPERATÓRIO DE PROSTATECTOMIA RADICAL NO HOSPITAL FEDERAL DO ANDARAÍ - RJ
CARLOS EDUARDO DE SOUZA SCANNAVINO , RACHEL BARBEDO PEDROSA, ARTHUR VIANA MANHÃES, FABIANO JOSÉ DO NASCIMENTO, HELISANDRO MONTENEGRO BRANDÃO*, EMANUEL LEAL CHAVES**, RICARDO ABLE REZENDE, JORGE LUIZ DOMINGOS, PEDRO AUGUSTO VASCONCELOS, PAULO PORTES. IN XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE UROLOGIA, FLORIANÓPOLIS 2011
*Orientador, **Chefe do Serviço
Introdução: Os resultados da biópsia prostática com escore de Gleason definem o tratamento e o prognóstico dos pacientes com câncer de próstata. Avaliamos os achados pré e pós-operatórios e suas possíveis relações.
Material e Métodos: Foram avaliados 64 pacientes submetidos a prostatectomia radical no período de janeiro de 2010 até janeiro de 2011 no Hospital Federal do Andaraí (HFA). Todos os pacientes foram submetidos a biópsia com 12 fragmentos. Os pacientes foram divididos em três grupos conforme o escore de Gleason (<7, 7 e >7), avaliando variação histopatológica no pré e no pós-operatórios. Avaliamos também a influência do fator idade em relação a concordância dos achados pré e pós-operatórios. Quaisquer alterações no escore de Gleason e sua composição foram consideradas.
Resultados: 64 pacientes submetidos à prostatectomia radical mostraram, na biópsia pré-operatória, Gleason < 7 em 66%, Gleason 7 em 25% e com Gleason > 7 em 9%. A taxa geral de concordância da biópsia com o achado histopatológico foi de 66,3%, sendo subestadiados em 29,5% e superestadiados em 7,2%. Observamos 32% de subestadiamento no grupo com Gleason <7, e 52,6% no grupo com Gleason 7. Não observamos superestadiamento no grupo com Gleason 7 e encontramos 66% de superestadiamento no grupo com Gleason >7. Não foram observados alterações na concordância em relação à faixa etária.
Discussão: O Escore de Gleason obtido na biópsia pré-opertória é importante fator para nortear a tereapêutica nos pacientes com adenocarcinoma de próstata, ainda que de maneira isolada não seja fator absoluto na conduta. Observamos que apesar do alto subestadiamento do grupo com Gleason 7 (52,6%), a literatura mostra que os mesmos são beneficiados com o tratamento cirúrgico, com sobrevida global de até 67%. O substadiamento de 32% do grupo com Gleason <7 demonstra significativa segurança para se utilizar os benefícios potenciais da observação vigilante nesses pacientes.
Conclusões: A taxa de concordância geral foi de 66,3%, o subestadiamento foi 29,5% nos pacientes do HFA, dados compatíveis com os encontrados em outras séries da literatura. No futuro devemos correlacionar esses dados com os valores de PSA pré-opertório para avaliação prognóstica e decisão terapêuticas nesses pacientes em nosso Hospital.